segunda-feira, 16 de março de 2009

Fúria de Posseidon

Por Henrique Esper


Atlântida era uma pequena ilha que foi engolida pelo mar há muitos anos atrás, na antiguidade. Hoje em dia Atlântida tem outro nome....e é composta por mil e duzentas ilhas, conhecidas como Ilhas Maldivas.

Localizada no Oceano Índico, as pequenas ilhas deste arquipélago não passam de 1,20m de altitude. Por isso o famoso aquecimento global não é apenas uma preocupação, mas sim uma sentença de morte. Quando os oceanos começarem a subir, dessa vez por causa das ações do homem não pelos caprichos de Posseidon, as Maldivas serão a primeira nação a desaparecer do mapa.



"Não estou falando de tanto tempo, apenas 20 anos. Tudo mudou muito rápido. É muito difícil para nós, porque nós sempre tiramos tudo do mar. Nossa vida sempre veio do mar. Pensar que o mar vai nos engolir é muito, muito triste", diz o jovem presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed.

Mas as mudanças não são de hoje. Há algum tempo os pescadores reclamam das chuvas fora de época, do tradicional calendário baseado não clima que não é mais o mesmo e das marés que não parecem mais serem controladas pela lua.

Na previsão mais otimista dos cientistas da ONU em 100 anos 75% das ilhas estarão cobertas. Na mais pessimista, não restará nada do arquipélago. Tendo este fato em vista o jovem presidente criou um fundo, uma poupança nacional, para juntar dinheiro e comprar terras, pois quando os habitantes forem expulsos do paraíso o país poderá ‘se mudar’.

“Mesmo que nós consigamos acabar com as emissões agora, não dá mais para reverter à situação. Sabemos que o pior pode chegar daqui a mais de 100 anos. Mas as previsões falam em dois bilhões de refugiados do clima no planeta. Quem vai estar aqui será outro presidente, mas será o destino dos meus netos. E quero evitar que meus netos fiquem abrigados em tendas como refugiados do clima", afirma o presidente.

Entretanto a solução não é tão simples assim. Nenhum país foi sondado para verificar se aceitam um outro país dentro do seu. Além disso, não há como prever a adaptação da população no “novo” país. População que está acostumada a tirar sua renda através da pesca, principalmente do atum, e do turismo de luxo que a ilha fornece.

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