quarta-feira, 11 de março de 2009

Editorial "Infeliz" Gera Polêmica

Por Marcella Mendes

O editorial publicado pela Folha de São Paulo no dia 17/02/2009, gerou uma enorme polêmica envolvendo blogs, leitores, professores, jornalistas e uma série de pessoas indignadas com o termo adotado pelo veículo. A grande imprensa não deu importância ao assunto e a resposta da Folha de São Paulo aos leitores só não foi pior que o trocadilho usado.

A Folha de São Paulo que se sente um dos meios mais democráticos resolveu tirar a máscara em pleno editorial,alguns dias antes do carnaval.

Vamos retomar algumas coisas: Espancamentos, telefones (tapas simultâneos nos dois ouvidos), corredor polonês (fila dupla de espancadores), pau-de-arara, choque elétrico, afogamentos e muitas outras “técnicas” de tortura, sem falar em mortes e a falta de liberdade de expressão. Realmente, qualquer ser pensante não cogitaria classificar isso como uma ditabranda.

O trocadilho diz que o Brasil teve uma ditadura “branda” comparada as ditaduras da Argentina e do Chile. Como faz para se comparar ditaduras e violação aos direitos humanos, sendo que pessoas foram assassinadas, presas e torturadas? Fato que muitos leitores também não entenderam.

Vítimas de torturadores e famílias de vítimas que morreram pela nossa “ditabranda”, começaram a mandar fotos e relatos do que o jornal julgou por não ser tão ruim assim. O jurista Fábio Konder Comparato e a professora Maria Vitória Benevides, como muitos, fizeram críticas que foram chamadas de “cínicas e mentirosas”pela Folha.

Um protesto ocorreu no dia 7 de março, o “Ato Público contra Editorial da Folha de São Paulo sobre a 'Ditabranda'" que reuniu 300 pessoas e provocou uma grande repercussão, principalmente na internet. A grande imprensa continuou não dando atenção aos fatos.

Após todo o rebuliço que o editorial de Otavio Frias Filho causou, a Folha tentou se retratar; O mais engraçado é que quem foi se “desculpar” não foi Otavio Frias Filho e sim Marcelo Coelho, colunista da Folha que admitiu em seu blog que o termo usado para a ditadura brasileira foi “infeliz”.

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