Rotina

Crônica escrita por Sabrina Inserra

Feriado prolongado típico de outono: de manhã um dia bonito e ensolarado e à noite um friozinho que não chega a congelar, mas é o suficiente para arrepiar e pedir um casaco. Porém, até o recesso mais agradável não resiste ao dia útil. É hora de voltar à rotina!

A manhã começa de maneira tradicional: a briga incessante com o despertador - que não para de resmungar até que você levante da cama, a caminhada costumeira até o ônibus... Enfim, nada de incomum. Até que...

Lá está você, sentado no transporte público (se teve a sorte de encontrar um lugar vago), ouvindo seu tocador de música (que pode variar do rádio do celular ao iPod mais moderno), admirando a paisagem da terra da garoa (que começou o dia nublada e pouco animadora), quando de repente você é tirado de seus devaneios por uma movimentação estranha.

Os passageiros começam a levantar, um de cada vez, e se dirigem para a porta de saída. "Que estranho!", você pensa. "Não estamos em nenhum ponto". A música é interrompida e você tenta descobrir o que acontece. O ônibus quebrou. Ótimo! Essa é uma boa maneira de voltar do feriado, não acham? Saindo da rotina às sete e meia da manhã!

Dois veículos da mesma linha esperam estacionados atrás do seu ex-ônibus para acolher os passageiros desgarrados. Com receio de pegar lotação, você escolhe o mais distante. Tudo isso só para andar dois quarteirões para chegar ao local de destino.

E depois dizem que em São Paulo a gente vive na rotina. Tá bom!