domingo, 3 de maio de 2009

Crescidos

Por Henrique Esper

Com 9 edições publicadas a revistinha da Turma da Mônica Jovem está fazendo o maior sucesso, já vendeu milhões de exemplares e corresponde a 86% do mercado de quadrinhos nacional.

Entretanto não se pode levar em consideração, apenas, a quantidade de exemplares vendido na hora de avaliar a qualidade de um quadrinho. Ainda mais levando em conta que a revistinha ainda está no começo e a curiosidade de ver a turminha crescida é um fator que não pode ser ignorado em hipótese alguma.

A história em quadrinhos mistura o carismático estilo do estúdio de Maurício de Sousa com o mangá japonês.

Agora os personagens estão com cerca de 15 anos e sofreram, de acordo com Maurício de Sousa, “algumas mudanças absolutamente necessárias”. O Cascão, apesar de não gostar, toma banho de vez em quando. O cabelo do Cebolinha cresceu, e ele não troca mais o “r” pelo “l”, só quando fica nervoso. A Magali já não é mais tão comilona quanto antes, mas as vezes tem algumas recaídas. Mônica continua sendo a líder da turma, mas tenta controlar seu gênio forte e sua super força,.

As aventuras são em preto e branco, como nos mangás, e mesclam ação, magia, humor e romance. Entretanto, ao contrário das expectativas, apenas dois exemplares, até agora, mostram o cotidiano da turminha no calmo bairro do Limoeiro. Os outros sete, contam com viagens inter dimensionais e um passeio escolar à base espacial do Astronauta e ao planeta Marte, durante o qual são atacado pelos robôs da princesa Usagi Mimi (personagem do filme a princesa e o robô).

Essas aventuras nada convencionais confundem um pouco o leitor, afinal eles estão no presente ou no futuro?

Outro ponto negativo é a superficialidade do gibi, já que a turma da Mônica sempre tratou tão bem de problemas relacionados à infância. Até agora o único tema fortemente explorado foi o amor, principalmente entre a Mônica e o Cebolinha, mas e os tantos outros que assombram os adolescentes? A popularidade na escola, a pressão das provas, descontentamento com o corpo entre outros.

Apesar dos aspectos negativos da revistinha uma coisa é certa, o bom humor característico da turma está sempre presente, o que torna o gibi gostoso de ler, além dos traços japoneses caírem como uma luva na turminha ocidental. Deve-se lembrar, também, que eles estão apenas no começo, e que este é um terreno novo tanto para os produtores quanto para os leitores. Portanto devemos ter paciência e lembrar que mudanças são importantes para o crescimento.

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